Desigualdade Econômica em Minas Gerais
Na última sexta-feira (19), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados atualizados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, revelando que Minas Gerais se mantém como a terceira maior economia do país. No entanto, esta posição é acompanhada de uma preocupante concentração de renda, onde apenas 25 das 853 cidades mineiras são responsáveis por impressionantes 53,8% de toda a riqueza gerada no estado.
Quando analisamos mais de perto, observamos que cinco municípios se destacam ao concentrar 31,1% do PIB mineiro, representando quase um terço do total. Belo Horizonte lidera com 13,4%, seguida por Betim (5,4%), Uberlândia (5,3%), Contagem (4,6%) e Uberaba (2,4%). Esses dados evidenciam a fragilidade da economia em diversas regiões do estado, onde a riqueza está longe de ser equitativamente distribuída.
Posição de Minas Gerais no Cenário Nacional
Em termos nacionais, a capital mineira ocupa a quinta posição em participação no PIB brasileiro. Betim, por sua vez, alcançou a 25ª posição, superando Itajaí, em Santa Catarina, no ranking das cidades mais ricas do Brasil. Em 2023, o PIB de Minas Gerais totalizou R$972 bilhões, correspondendo a aproximadamente 8,9% do PIB nacional.
Apesar do crescimento de 3,4% em volume no PIB estadual, Minas Gerais viu uma leve queda de 0,1 ponto percentual na sua participação no PIB do Brasil em comparação com o ano anterior. O IBGE atribui essa redução a uma diminuição nos preços internacionais do minério de ferro, um fator que impactou diretamente cidades como Ipatinga, que registraram significativas perdas econômicas.
Destaque para Extrema e PIB per Capita
No entanto, nem tudo são más notícias. O município de Extrema, localizado na região Sul de Minas, se destaca ocupando a 10ª posição nacional em PIB per capita, o que indica um desempenho econômico robusto, impulsionado pelo crescimento da indústria de transformação e do comércio local.
Entre as cidades mineiras com mais de 100 mil habitantes, Betim lidera o ranking de PIB per capita, com R$127.752,42, seguida de Nova Lima (R$111.440,33) e Pouso Alegre (R$93.295,79). Esses números revelam as disparidades econômicas que existem dentro do próprio estado, onde alguns municípios prosperam enquanto outros enfrentam dificuldades.
Desigualdade Regional em Minas Gerais
A concentração do PIB em poucas cidades também reflete um abismo regional em Minas Gerais. Enquanto a Região Metropolitana de Belo Horizonte e o Sul de Minas predominam em termos de renda, a mesorregião Norte do estado apresenta os menores índices de PIB per capita. Montes Claros, por exemplo, é o único município do Norte a figurar entre os 25 maiores PIBs de Minas, ocupando a 11ª posição no estado.
Lista das 25 Cidades com Maior PIB em Minas Gerais
1. Belo Horizonte: 13,4% (R$ 130.197.671 mil)
2. Betim: 5,4% (R$ 52.614.325 mil)
3. Uberlândia: 5,3% (R$ 51.065.684 mil)
4. Contagem: 4,6% (R$ 45.092.393 mil)
5. Uberaba: 2,4% (R$ 23.689.377 mil)
6. Juiz de Fora: 2,4% (R$ 23.271.627 mil)
7. Extrema: 2,1% (R$ 20.204.999 mil)
8. Ipatinga: 1,7% (R$ 16.870.239 mil)
9. Sete Lagoas: 1,5% (R$ 14.904.465 mil)
10. Pouso Alegre: 1,5% (R$ 14.201.206 mil)
11. Montes Claros: 1,4% (R$ 13.326.239 mil)
12. Nova Lima: 1,3% (R$ 12.447.551 mil)
13. Poços de Caldas: 1,1% (R$ 10.732.908 mil)
14. Varginha: 1,0% (R$ 10.068.568 mil)
15. Divinópolis: 1,0% (R$ 9.339.332 mil)
16. Araxá: 0,9% (R$ 8.847.240 mil)
17. Governador Valadares: 0,9% (R$ 8.612.266 mil)
18. Patos de Minas: 0,8% (R$ 8.151.369 mil)
19. Congonhas: 0,8% (R$ 7.693.794 mil)
20. Itabira: 0,8% (R$ 7.434.200 mil)
21. Itabirito: 0,7% (R$ 7.160.444 mil)
22. Araguari: 0,7% (R$ 6.858.534 mil)
23. Paracatu: 0,7% (R$ 6.798.922 mil)
24. Ouro Preto: 0,7% (R$ 6.765.810 mil)
25. Santa Luzia: 0,7% (R$ 6.608.097 mil)
