Condenação e Motivos do Crime
O policial militar Amauri dos Santos Araújo foi sentenciado a 33 anos e 8 meses de reclusão por assassinar a dentista Ana Luiza Dompsin em 2021. O crime, que aconteceu em Divisa Alegre, Minas Gerais, culminou em uma decisão do Tribunal do Júri de Pedra Azul. Ana Luiza, que tinha apenas 25 anos, foi morta com um tiro na nuca. De acordo com informações veiculadas pela TV Sudoeste, o tribunal classificou o ato como feminicídio qualificado, evidenciando a motivação torpe, a vulnerabilidade da vítima e a violência de gênero presentes na situação.
O juiz, ao proferir sua decisão, salientou o histórico de agressões que Amauri tinha contra Ana Luiza, revelando que os ciúmes e o sentimento de posse foram fatores que influenciaram diretamente para o desfecho trágico. Além do homicídio, o policial também foi condenado por fraude processual, ao modificar a cena do crime, o que resultou em 640 dias-multa como parte da pena.
O Crime e o Julgamento
O júri, que teve início na terça-feira (16) e se estendeu até a noite de quarta-feira (17), foi marcado por intensos debates. A defesa de Amauri se manifestou, argumentando que a sentença contrariava as provas apresentadas, incluindo a própria posição da acusação. No entanto, a condenação foi considerada justa pelo tribunal, diante das evidências apresentadas.
Ana Luiza Dompsin, natural de Vitória da Conquista, na Bahia, e residente em Minas Gerais há três anos, foi encontrada morta em sua casa, após uma denúncia anônima. Informações coletadas indicam que, no dia do crime, Ana Luiza havia comunicado a Amauri que desejava encerrar o relacionamento, o que pode ter desencadeado a tragédia.
Repercussões e Desdobramentos da Condenação
A condenação de Amauri Araújo não apenas resultou em uma longa pena de prisão, mas também na perda de seu cargo como policial militar. A decisão ainda é passível de recurso, uma vez que se trata da primeira instância. O réu chegou a ser preso em abril de 2021, mas aguardou o julgamento usando tornozeleira eletrônica. A Justiça, em julho de 2025, decidiu por sua prisão preventiva, após uma audiência que revisou sua situação.
A defesa, ao contestar a decisão, mencionou a falta de exames papiloscópicos nas mãos tanto de Amauri quanto de Ana Luiza como uma omissão relevante nos autos, defendendo a hipótese de autoextermínio da dentista. O advogado Ronaldo Lima Meireles, que representa o policial, criticou o que chamou de uma “sentença anunciada”, alegando que o devido processo legal não foi devidamente respeitado.
Por fim, a sentença de Amauri destaca a crescente preocupação com a violência de gênero e a necessidade de um sistema judicial que trate casos de feminicídio com a seriedade que eles demandam. O crime, que chocou a comunidade local, ressalta a importância de medidas efetivas de proteção às vítimas de violência doméstica.