Expectativa de Reajuste nas Mensalidades Escolares
As escolas particulares de Minas Gerais estão se preparando para um reajuste médio nas mensalidades que pode variar entre 7% e 10% em 2026, de acordo com um levantamento preliminar realizado pelo Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG). O professor Paulo Leite, superintendente e porta-voz da entidade, destaca que uma pesquisa está em andamento entre as instituições associadas, com foco no planejamento financeiro e na expectativa de reajuste nas mensalidades escolares em Belo Horizonte.
“Os dados coletados até o momento indicam reajustes na faixa de 7% a 10% para 2026 nas mensalidades das escolas particulares em Minas Gerais”, afirma Leite, enfatizando que essa tendência reflete o cenário atual das instituições de ensino.
Reajuste Superior à Inflação
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Segundo Paulo Leite, os percentuais estimados para o próximo ano devem ultrapassar a inflação acumulada nos últimos 12 meses, que foi de 5,13% até agosto. “O aumento médio está previsto para ser superior aos índices inflacionários devido às particularidades que afetam o setor educacional privado”, observa.
Vários fatores estão por trás desse aumento projetado. Entre eles, estão os investimentos necessários para a manutenção da competitividade das instituições, a inclusão de alunos com necessidades especiais, que demanda a contratação de monitores e adaptações em acessibilidade, a atualização pedagógica em conformidade com novas diretrizes de ensino, assim como os gastos com segurança e a formação continuada dos professores em resposta às inovações tecnológicas, como a inteligência artificial na educação.
Custos Adicionais em Serviços Extracurriculares
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Leite também menciona o aumento das despesas com serviços extracurriculares, incluindo robótica, esportes, línguas e empreendedorismo. Essas atividades têm sido incorporadas ao currículo com a finalidade de preparar os alunos tanto para a vida pessoal quanto para o mercado de trabalho, além de fomentar a inovação.
Impacto da Folha de Pagamento
De acordo com os dados do Sinepe-MG, os gastos com salários de professores e funcionários representam entre 40% e 60% dos custos variáveis das escolas, um percentual significativamente maior em comparação com outros setores da economia. Essa estrutura de custos impacta diretamente na definição dos reajustes.
“As contratações adicionais são especialmente provocadas pelo fenômeno da inclusão, que tem visto um aumento no número de laudos médicos, exigindo a contratação de monitores para atender alunos com necessidades específicas”, explica o porta-voz do Sinepe-MG.
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Outro desafio apontado por Leite é o “apagão de professores” em disciplinas como Geografia, Inglês e Física, que eleva os salários dos docentes mais disputados pelas instituições educacionais.
Dificuldades Estruturais e Diferenças entre Escolas
Além das despesas com pessoal, os custos de manutenção predial e os investimentos em infraestrutura também exercem pressão sobre as finanças das instituições de ensino. Quando questionado sobre a diferença no reajuste entre escolas de grande e pequeno porte, Leite comentou que, geralmente, os percentuais de aumento são parecidos. Contudo, reconhece que as grandes instituições, por investirem mais em branding, inovação e uma qualidade educacional reconhecida nacionalmente, tendem a ter aumentos maiores em suas mensalidades.
“Esses fatores intensificam a necessidade de investimentos, que, por sua vez, influenciam os reajustes das mensalidades. Trata-se de uma dinâmica de oferta e demanda no mercado”, conclui o superintendente.