Expectativas para a Economia Brasileira
A economia brasileira deverá desacelerar em 2025, com projeção de crescimento de 2,3%, segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Esta informação foi divulgada durante um evento em Belo Horizonte, realizado na quinta-feira (18/12), onde a entidade apresentou seu balanço anual e perspectivas futuras. Conforme a análise da FIEMG, a queda no desempenho econômico é atribuída à política monetária contracionista, que impacta direta e negativamente os setores cíclicos, como serviços e indústria de transformação. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou um crescimento de 3,4%, mas a tendência agora é de moderação.
Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, comentou sobre o cenário desafiador: “O arrefecimento econômico é reflexo de uma estratégia de crescimento que precisa ser revisitada. Nossa dependência em gastos públicos e políticas de transferência de renda voltadas para o consumo está se tornando insustentável”.
Desafios e Oportunidades para o Futuro
Na visão de Roscoe, o Brasil se encontra em um ponto decisivo, com duas direções possíveis. “Por um lado, podemos avançar em uma modernização estrutural que garanta desenvolvimento econômico e social. Por outro, há o risco de permanecermos em um cenário de crescimento baixo e qualidade de vida limitada”. Essa dualidade coloca em evidência a necessidade de um planejamento econômico mais robusto nos próximos anos.
Para Minas Gerais, a expectativa é que o PIB cresça 2% em 2025, número abaixo dos 3,1% registrados no ano anterior. Apesar disso, João Gabriel Pio, economista-chefe da FIEMG, ressalta que o estado continua se destacando dentro do contexto nacional, atraindo investimentos e fortalecendo sua base industrial. Entre 2021 e 2024, a média de crescimento do PIB mineiro foi de 3,8% ao ano, superando a média nacional de 3,6%.
Perspectivas para os Anos Seguintes
Em relação ao futuro, a FIEMG projeta que, para 2026, o crescimento da atividade econômica deverá ser moderado, influenciado pela permanência de juros altos e um ambiente fiscal delicado. Contudo, Roscoe acredita em uma recuperação gradual da indústria, dependente da possível redução das taxas de juros e da retomada de investimentos produtivos.
Desempenho do Setor Industrial
O estudo da FIEMG também aponta que o PIB industrial de Minas Gerais deve crescer 1,6% em 2025, refletindo os efeitos da política monetária restritiva que dificulta investimentos significativos. O setor de transformação, que até o segundo trimestre deste ano apresentou um crescimento de 2,2%, e o setor de energia e saneamento, que cresceu 1,3%, são exemplos de áreas que ainda demonstram resiliência.
A FIEMG estima que, em nível nacional, o PIB do setor produtivo deve aumentar em 1,5% em 2025. A análise também aponta que o mercado de trabalho seguirá aquecido, consolidando a recuperação pós-pandemia. No Brasil, a taxa de desemprego foi de 5,6% no terceiro trimestre, o menor índice registrado desde o início da série histórica do IBGE, em 2012.
O Mercado de Trabalho em Minas Gerais
Em Minas Gerais, a taxa de desemprego caiu para 4,1% no terceiro trimestre de 2025, uma queda significativa em relação aos 5,7% no início do ano, posicionando o estado de maneira favorável em comparação com a média nacional. O setor industrial, incluindo a construção civil, gerou 20,8 milhões de empregos no Brasil e 2,4 milhões em Minas até o terceiro trimestre. A FIEMG projeta que a taxa de desemprego no país fique em torno de 5,4% até o final deste ano.
Por fim, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, deve encerrar 2025 na casa dos 4,4%, refletindo as pressões inflacionárias que ainda permeiam a economia.
